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- [vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]A avicultura no Brasil tem um papel fundamental na produção de alimentos, na geração de riquezas e empregos diretos e indiretos, na geração de divisas e incremento no PIB. A produção de carne de frango em 2021 foi de 14.329 milhões de toneladas, sendo 67,83% absorvido pelo mercado interno e 32,17% ganhou o mundo. Sendo a carne de frango o 7º produto mais exportado em 2021, atingindo 4.249.411 toneladas comercializadas no exterior. Desta forma, é o país que mais exporta carne de frango, tendo como principais destinos a China, Japão, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e África do Sul. No Brasil, o consumo per capita de carne de frango (kg/hab) apresentou um discreto aumento, alcançando 45,56 kg/hab/ano.
- Livre de fome e sede: acesso à água fresca e alimentação adequada
- Livre de desconforto: ambiente adequado, incluindo abrigo e área confortável
- Livre de dor, lesão ou doença: prevenção e/ou diagnóstico e tratamento rápido e correto.
- Livre para expressar seu comportamento normal: pelo fornecimento de espaço suficiente, instalações adequadas e companhia de animais de sua espécie.
- Livre de medo e angústia – assegurando condições e tratamento que evitem sofrimento mental.
- Livre de fome e sede: acesso à água fresca e alimentação adequada
- Livre de desconforto: ambiente adequado, incluindo abrigo e área confortável
- Livre de dor, lesão ou doença: prevenção e/ou diagnóstico e tratamento rápido e correto.
- Livre para expressar seu comportamento normal: pelo fornecimento de espaço suficiente, instalações adequadas e companhia de animais de sua espécie.
- Livre de medo e angústia – assegurando condições e tratamento que evitem sofrimento mental.
Já a postura comercial em 2021 obteve uma produção de 54.973.807.551 unidades de ovos, correspondendo a R$ 17.734 bilhões. Sendo que desta produção, apenas 0,46% (11,3 mil toneladas) ganharam o mundo, enquanto 99,54% permaneceram no mercado interno. Os cinco principais destinos das exportações brasileiras de ovos em toneladas em ordem decrescente são Emirados Árabes, Japão, Catar, Estados Unidos e Omã. No Brasil, o consumo per capita de ovos atingiu 257 ovos/hab/ano.
Para que as aves possam expressar todo o seu potencial genético e de desempenho, é necessária uma soma de fatores, que vão desde a genética da ave, passando pela ambiência, manejo nutricional e sanidade do lote, idade e por fim e não menos importante o bem estar. Este último acaba englobando boa parte da ambiência e do manejo, inclusive alimentar.
Após a segunda Grande Guerra, as fazendas mantidas em sua maioria por mulheres e a necessidade de se alimentar os “sobreviventes” fez com que se desenvolvessem sistemas de criação que foram e são criticados até hoje. O marco teve inicio com a publicação de Harrison (1964) na Inglaterra onde em seu livro Animal Machines, critica as práticas de produção em alta escala e densidade. Esta obra gerou grande repercussão, e em resposta e frente ao apelo social, o governo inglês formou a Comissão Técnica multidisciplinar formada por profissionais médicos veterinários, agrônomos e zoólogos. Essa comissão ficou conhecida como Comitê Brambell em homenagem ao pesquisador Francis Brambell, à época reconhecido pelos seus estudos nas áreas de saúde e imunologia. Em 1965 concluíram e reconheceram que os animais são sencientes, ou seja, capazes de sentir ou perceber através dos sentidos. Então seria correto afirmar que todos os animais são considerados sencientes? Não. Muitos animais não são considerados sencientes e isso implica na maneira como são tratados pelo homem.
Com estas mudanças foi nomeado o Comitê de Bem-estar de Animais Agrícolas (FAWC), que em 1979 criou um dos conceitos válidos até hoje, que são as Cinco Liberdades:
No entanto, acredito que hoje as empresas agro-avícolas, ou seja, granjas profissionalizadas, não têm como produzir sem atender às Cinco Liberdades. Isto é, aquelas em que não há um profissional capacitado para orientar o avicultor a estar atento às questões de bem estar animal. Pois, caso o profissional não consiga convencer o avicultor a atender a estes conceitos, com toda certeza não se conseguirão obter produtividade, uma vez que os animais não chegarão a expressar o seu potencial genético. Acredito que as falhas no conceito de bem-estar, estão, em sua maioria, nas propriedades não especializadas, não tecnificadas e não assessoradas.
Isso significa que para alcançar a melhor expressão do potencial genético, é necessário fornecer às aves de produção água fresca e potável; alimentação balanceada à idade da ave; abrigo (sol, chuva, ventos, poeira, frio e calor); segurança sanitária (vazio sanitário, controle de pragas, controle de acesso de pessoas e veículos, controle de acesso de animais predadores e aves de vida livre), vacinas e anti-helmínticos. Essas três liberdades contribuem para que as aves tenham boa saúde. E, em caso de enfermidades, o diagnóstico e o tratamento correto devem ser imediatos, para mitigar prejuízos econômicos à cadeia produtiva e garantir a qualidade de vida aos animais. As outras duas liberdades constituem em ofertar um ambiente calmo e tranquilo, com densidade, luminosidade, ventilação, temperatura, umidade e concentração de amônia adequadas, e, na presença de animais da mesma espécie. Assegurando-se assim, a ausência de medo e angústia.
Produzir alimentos em maior escala e em melhor qualidade é um desafio a todos: governo, avicultores, geneticistas, médicos veterinários, zootecnistas, universidades, empresas do setor, sociedade como um todo. Portanto, a busca por inovações tecnológicas e de manejo são essenciais para firmar esta característica no sistema de produção. Pois, os consumidores estão se preocupando cada vez mais com a forma com que os animais são criados e tratados (carnes, ovos, leite, derivados). É um processo irreversível. É a evolução ética da sociedade.
É certo que o manejo mal feito e a falta de cuidado provocam danos físicos, mentais e comportamentais aos animais. Assim, ouve-se cada vez mais sobre pesquisas e relatos de produtores que, ao adotar práticas positivas de bem-estar animal nas suas criações, aumentam ou mantêm a sua produtividade e lucratividade.
Porém, para adotar algumas das Cinco Liberdades, em especial as que se referem ao espaço para expressarem seu comportamento, encontram-se barreiras nas questões produtivas e financeiras. Pois, apesar da pressão social, há uma grande parcela da sociedade que não está disposta a arcar com o aumento de valor consequente a estas adaptações. Ou seja, a maioria dos consumidores não esta disposta (mesmo que consciente) e muitos não têm condições financeiras para pagar por estas liberdades. Então, o que leva empresas alimentícias a se comprometerem a usar produtos que a maioria de seus clientes não está disposta a pagar mais? Na contramão desse movimento a quem defenda que a produção de alimentos será menos eficiente e os custos serão elevados. Forçando os consumidores a fazerem escolhas difíceis sobre o que podem pagar.
Assim, é de suma importância conscientizar o consumidor sobre a origem e a qualidade dos alimentos que consomem. Pois só assim, terá consciência das características e das vantagens em aceitar e estar disposto a pagar pelo valor agregado do alimento consumido. Contudo, não podemos nos esquecer de uma grande parcela da sociedade que não dispõe dos mesmos recursos financeiros. Como disse, é um grande desafio que temos pela frente. Desafios estes que genéticos, nutricionais, zootécnicos e até mesmo ambientais e sociais. Pois o desafio é produzir mais em menor espaço, aumentando a produtividade sem aumentar necessariamente as áreas de criação. Favorecendo assim, o meio ambiente e garantindo a oferta de proteína animal de qualidade ao consumidor brasileiro e mundial.
Como cita Bruno Broggio e outros, o Brasil apresenta um futuro promissor no cenário mundial de produção de proteína de origem animal, mas é necessário manter em sinergia com a evolução que ocorre no restante do mundo, para que desta forma permaneça preparado para as oportunidades que irão surgir.
E finalizo com as palavras de Tejon: “os desafios não estão distantes, e sim na relação produtores & consumidores. O bem-estar gera um bem estar patrimonial aos produtores e toda sociedade. Dá mais lucro a longo prazo”.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/3″][dt_blog_posts_small number=”50″ orderby=”title” order=”asc” images_width=”40″ images_height=”40″ round_images=”true” category=”indice”][/vc_column][/vc_row] [vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]A avicultura no Brasil tem um papel fundamental na produção de alimentos, na geração de riquezas e empregos diretos e indiretos, na geração de divisas e incremento no PIB. A produção de carne de frango em 2021 foi de 14.329 milhões de toneladas, sendo 67,83% absorvido pelo mercado interno e 32,17% ganhou o mundo. Sendo a carne de frango o 7º produto mais exportado em 2021, atingindo 4.249.411 toneladas comercializadas no exterior. Desta forma, é o país que mais exporta carne de frango, tendo como principais destinos a China, Japão, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e África do Sul. No Brasil, o consumo per capita de carne de frango (kg/hab) apresentou um discreto aumento, alcançando 45,56 kg/hab/ano.
Já a postura comercial em 2021 obteve uma produção de 54.973.807.551 unidades de ovos, correspondendo a R$ 17.734 bilhões. Sendo que desta produção, apenas 0,46% (11,3 mil toneladas) ganharam o mundo, enquanto 99,54% permaneceram no mercado interno. Os cinco principais destinos das exportações brasileiras de ovos em toneladas em ordem decrescente são Emirados Árabes, Japão, Catar, Estados Unidos e Omã. No Brasil, o consumo per capita de ovos atingiu 257 ovos/hab/ano.
Para que as aves possam expressar todo o seu potencial genético e de desempenho, é necessária uma soma de fatores, que vão desde a genética da ave, passando pela ambiência, manejo nutricional e sanidade do lote, idade e por fim e não menos importante o bem estar. Este último acaba englobando boa parte da ambiência e do manejo, inclusive alimentar.
Após a segunda Grande Guerra, as fazendas mantidas em sua maioria por mulheres e a necessidade de se alimentar os “sobreviventes” fez com que se desenvolvessem sistemas de criação que foram e são criticados até hoje. O marco teve inicio com a publicação de Harrison (1964) na Inglaterra onde em seu livro Animal Machines, critica as práticas de produção em alta escala e densidade. Esta obra gerou grande repercussão, e em resposta e frente ao apelo social, o governo inglês formou a Comissão Técnica multidisciplinar formada por profissionais médicos veterinários, agrônomos e zoólogos. Essa comissão ficou conhecida como Comitê Brambell em homenagem ao pesquisador Francis Brambell, à época reconhecido pelos seus estudos nas áreas de saúde e imunologia. Em 1965 concluíram e reconheceram que os animais são sencientes, ou seja, capazes de sentir ou perceber através dos sentidos. Então seria correto afirmar que todos os animais são considerados sencientes? Não. Muitos animais não são considerados sencientes e isso implica na maneira como são tratados pelo homem.
Com estas mudanças foi nomeado o Comitê de Bem-estar de Animais Agrícolas (FAWC), que em 1979 criou um dos conceitos válidos até hoje, que são as Cinco Liberdades:
No entanto, acredito que hoje as empresas agro-avícolas, ou seja, granjas profissionalizadas, não têm como produzir sem atender às Cinco Liberdades. Isto é, aquelas em que não há um profissional capacitado para orientar o avicultor a estar atento às questões de bem estar animal. Pois, caso o profissional não consiga convencer o avicultor a atender a estes conceitos, com toda certeza não se conseguirão obter produtividade, uma vez que os animais não chegarão a expressar o seu potencial genético. Acredito que as falhas no conceito de bem-estar, estão, em sua maioria, nas propriedades não especializadas, não tecnificadas e não assessoradas.
Isso significa que para alcançar a melhor expressão do potencial genético, é necessário fornecer às aves de produção água fresca e potável; alimentação balanceada à idade da ave; abrigo (sol, chuva, ventos, poeira, frio e calor); segurança sanitária (vazio sanitário, controle de pragas, controle de acesso de pessoas e veículos, controle de acesso de animais predadores e aves de vida livre), vacinas e anti-helmínticos. Essas três liberdades contribuem para que as aves tenham boa saúde. E, em caso de enfermidades, o diagnóstico e o tratamento correto devem ser imediatos, para mitigar prejuízos econômicos à cadeia produtiva e garantir a qualidade de vida aos animais. As outras duas liberdades constituem em ofertar um ambiente calmo e tranquilo, com densidade, luminosidade, ventilação, temperatura, umidade e concentração de amônia adequadas, e, na presença de animais da mesma espécie. Assegurando-se assim, a ausência de medo e angústia.
Produzir alimentos em maior escala e em melhor qualidade é um desafio a todos: governo, avicultores, geneticistas, médicos veterinários, zootecnistas, universidades, empresas do setor, sociedade como um todo. Portanto, a busca por inovações tecnológicas e de manejo são essenciais para firmar esta característica no sistema de produção. Pois, os consumidores estão se preocupando cada vez mais com a forma com que os animais são criados e tratados (carnes, ovos, leite, derivados). É um processo irreversível. É a evolução ética da sociedade.
É certo que o manejo mal feito e a falta de cuidado provocam danos físicos, mentais e comportamentais aos animais. Assim, ouve-se cada vez mais sobre pesquisas e relatos de produtores que, ao adotar práticas positivas de bem-estar animal nas suas criações, aumentam ou mantêm a sua produtividade e lucratividade.
Porém, para adotar algumas das Cinco Liberdades, em especial as que se referem ao espaço para expressarem seu comportamento, encontram-se barreiras nas questões produtivas e financeiras. Pois, apesar da pressão social, há uma grande parcela da sociedade que não está disposta a arcar com o aumento de valor consequente a estas adaptações. Ou seja, a maioria dos consumidores não esta disposta (mesmo que consciente) e muitos não têm condições financeiras para pagar por estas liberdades. Então, o que leva empresas alimentícias a se comprometerem a usar produtos que a maioria de seus clientes não está disposta a pagar mais? Na contramão desse movimento a quem defenda que a produção de alimentos será menos eficiente e os custos serão elevados. Forçando os consumidores a fazerem escolhas difíceis sobre o que podem pagar.
Assim, é de suma importância conscientizar o consumidor sobre a origem e a qualidade dos alimentos que consomem. Pois só assim, terá consciência das características e das vantagens em aceitar e estar disposto a pagar pelo valor agregado do alimento consumido. Contudo, não podemos nos esquecer de uma grande parcela da sociedade que não dispõe dos mesmos recursos financeiros. Como disse, é um grande desafio que temos pela frente. Desafios estes que genéticos, nutricionais, zootécnicos e até mesmo ambientais e sociais. Pois o desafio é produzir mais em menor espaço, aumentando a produtividade sem aumentar necessariamente as áreas de criação. Favorecendo assim, o meio ambiente e garantindo a oferta de proteína animal de qualidade ao consumidor brasileiro e mundial.
Como cita Bruno Broggio e outros, o Brasil apresenta um futuro promissor no cenário mundial de produção de proteína de origem animal, mas é necessário manter em sinergia com a evolução que ocorre no restante do mundo, para que desta forma permaneça preparado para as oportunidades que irão surgir.
E finalizo com as palavras de Tejon: “os desafios não estão distantes, e sim na relação produtores & consumidores. O bem-estar gera um bem estar patrimonial aos produtores e toda sociedade. Dá mais lucro a longo prazo”.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/3″][dt_blog_posts_small number=”50″ orderby=”title” order=”asc” images_width=”40″ images_height=”40″ round_images=”true” category=”indice”][/vc_column][/vc_row]
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- [vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]A avicultura no Brasil tem um papel fundamental na produção de alimentos, na geração de riquezas e empregos diretos e indiretos, na geração de divisas e incremento no PIB. A produção de carne de frango em 2021 foi de 14.329 milhões de toneladas, sendo 67,83% absorvido pelo mercado interno e 32,17% ganhou o mundo. Sendo a carne de frango o 7º produto mais exportado em 2021, atingindo 4.249.411 toneladas comercializadas no exterior. Desta forma, é o país que mais exporta carne de frango, tendo como principais destinos a China, Japão, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e África do Sul. No Brasil, o consumo per capita de carne de frango (kg/hab) apresentou um discreto aumento, alcançando 45,56 kg/hab/ano.
- Livre de fome e sede: acesso à água fresca e alimentação adequada
- Livre de desconforto: ambiente adequado, incluindo abrigo e área confortável
- Livre de dor, lesão ou doença: prevenção e/ou diagnóstico e tratamento rápido e correto.
- Livre para expressar seu comportamento normal: pelo fornecimento de espaço suficiente, instalações adequadas e companhia de animais de sua espécie.
- Livre de medo e angústia – assegurando condições e tratamento que evitem sofrimento mental.
Já a postura comercial em 2021 obteve uma produção de 54.973.807.551 unidades de ovos, correspondendo a R$ 17.734 bilhões. Sendo que desta produção, apenas 0,46% (11,3 mil toneladas) ganharam o mundo, enquanto 99,54% permaneceram no mercado interno. Os cinco principais destinos das exportações brasileiras de ovos em toneladas em ordem decrescente são Emirados Árabes, Japão, Catar, Estados Unidos e Omã. No Brasil, o consumo per capita de ovos atingiu 257 ovos/hab/ano.
Para que as aves possam expressar todo o seu potencial genético e de desempenho, é necessária uma soma de fatores, que vão desde a genética da ave, passando pela ambiência, manejo nutricional e sanidade do lote, idade e por fim e não menos importante o bem estar. Este último acaba englobando boa parte da ambiência e do manejo, inclusive alimentar.
Após a segunda Grande Guerra, as fazendas mantidas em sua maioria por mulheres e a necessidade de se alimentar os “sobreviventes” fez com que se desenvolvessem sistemas de criação que foram e são criticados até hoje. O marco teve inicio com a publicação de Harrison (1964) na Inglaterra onde em seu livro Animal Machines, critica as práticas de produção em alta escala e densidade. Esta obra gerou grande repercussão, e em resposta e frente ao apelo social, o governo inglês formou a Comissão Técnica multidisciplinar formada por profissionais médicos veterinários, agrônomos e zoólogos. Essa comissão ficou conhecida como Comitê Brambell em homenagem ao pesquisador Francis Brambell, à época reconhecido pelos seus estudos nas áreas de saúde e imunologia. Em 1965 concluíram e reconheceram que os animais são sencientes, ou seja, capazes de sentir ou perceber através dos sentidos. Então seria correto afirmar que todos os animais são considerados sencientes? Não. Muitos animais não são considerados sencientes e isso implica na maneira como são tratados pelo homem.
Com estas mudanças foi nomeado o Comitê de Bem-estar de Animais Agrícolas (FAWC), que em 1979 criou um dos conceitos válidos até hoje, que são as Cinco Liberdades:
No entanto, acredito que hoje as empresas agro-avícolas, ou seja, granjas profissionalizadas, não têm como produzir sem atender às Cinco Liberdades. Isto é, aquelas em que não há um profissional capacitado para orientar o avicultor a estar atento às questões de bem estar animal. Pois, caso o profissional não consiga convencer o avicultor a atender a estes conceitos, com toda certeza não se conseguirão obter produtividade, uma vez que os animais não chegarão a expressar o seu potencial genético. Acredito que as falhas no conceito de bem-estar, estão, em sua maioria, nas propriedades não especializadas, não tecnificadas e não assessoradas.
Isso significa que para alcançar a melhor expressão do potencial genético, é necessário fornecer às aves de produção água fresca e potável; alimentação balanceada à idade da ave; abrigo (sol, chuva, ventos, poeira, frio e calor); segurança sanitária (vazio sanitário, controle de pragas, controle de acesso de pessoas e veículos, controle de acesso de animais predadores e aves de vida livre), vacinas e anti-helmínticos. Essas três liberdades contribuem para que as aves tenham boa saúde. E, em caso de enfermidades, o diagnóstico e o tratamento correto devem ser imediatos, para mitigar prejuízos econômicos à cadeia produtiva e garantir a qualidade de vida aos animais. As outras duas liberdades constituem em ofertar um ambiente calmo e tranquilo, com densidade, luminosidade, ventilação, temperatura, umidade e concentração de amônia adequadas, e, na presença de animais da mesma espécie. Assegurando-se assim, a ausência de medo e angústia.
Produzir alimentos em maior escala e em melhor qualidade é um desafio a todos: governo, avicultores, geneticistas, médicos veterinários, zootecnistas, universidades, empresas do setor, sociedade como um todo. Portanto, a busca por inovações tecnológicas e de manejo são essenciais para firmar esta característica no sistema de produção. Pois, os consumidores estão se preocupando cada vez mais com a forma com que os animais são criados e tratados (carnes, ovos, leite, derivados). É um processo irreversível. É a evolução ética da sociedade.
É certo que o manejo mal feito e a falta de cuidado provocam danos físicos, mentais e comportamentais aos animais. Assim, ouve-se cada vez mais sobre pesquisas e relatos de produtores que, ao adotar práticas positivas de bem-estar animal nas suas criações, aumentam ou mantêm a sua produtividade e lucratividade.
Porém, para adotar algumas das Cinco Liberdades, em especial as que se referem ao espaço para expressarem seu comportamento, encontram-se barreiras nas questões produtivas e financeiras. Pois, apesar da pressão social, há uma grande parcela da sociedade que não está disposta a arcar com o aumento de valor consequente a estas adaptações. Ou seja, a maioria dos consumidores não esta disposta (mesmo que consciente) e muitos não têm condições financeiras para pagar por estas liberdades. Então, o que leva empresas alimentícias a se comprometerem a usar produtos que a maioria de seus clientes não está disposta a pagar mais? Na contramão desse movimento a quem defenda que a produção de alimentos será menos eficiente e os custos serão elevados. Forçando os consumidores a fazerem escolhas difíceis sobre o que podem pagar.
Assim, é de suma importância conscientizar o consumidor sobre a origem e a qualidade dos alimentos que consomem. Pois só assim, terá consciência das características e das vantagens em aceitar e estar disposto a pagar pelo valor agregado do alimento consumido. Contudo, não podemos nos esquecer de uma grande parcela da sociedade que não dispõe dos mesmos recursos financeiros. Como disse, é um grande desafio que temos pela frente. Desafios estes que genéticos, nutricionais, zootécnicos e até mesmo ambientais e sociais. Pois o desafio é produzir mais em menor espaço, aumentando a produtividade sem aumentar necessariamente as áreas de criação. Favorecendo assim, o meio ambiente e garantindo a oferta de proteína animal de qualidade ao consumidor brasileiro e mundial.
Como cita Bruno Broggio e outros, o Brasil apresenta um futuro promissor no cenário mundial de produção de proteína de origem animal, mas é necessário manter em sinergia com a evolução que ocorre no restante do mundo, para que desta forma permaneça preparado para as oportunidades que irão surgir.
E finalizo com as palavras de Tejon: “os desafios não estão distantes, e sim na relação produtores & consumidores. O bem-estar gera um bem estar patrimonial aos produtores e toda sociedade. Dá mais lucro a longo prazo”.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/3″][dt_blog_posts_small number=”50″ orderby=”title” order=”asc” images_width=”40″ images_height=”40″ round_images=”true” category=”indice”][/vc_column][/vc_row]
- [vc_row][vc_column][vc_column_text]
Além do leite de vaca, existem também bebidas vegetais que são conhecidas como leites vegetais, que são feitas a partir de grãos, como soja, castanha e amêndoas
O leite de vacas sadias, produzido em boas condições de higiene, transporte e de conservação, desde a produção até o momento do consumo é um importante alimento para a promoção da saúde pública. Mas, sendo facilmente perecível, sua conservação exige cuidados especiais.
Segundo nos ensina a nutricionista Tatiana Rodriguez Zanin, licenciada em Ciências da Nutrição (UniSantos) e especializada em Nutrição Clínica pela Universidade do Porto, em Portugal, “O leite é um alimento rico em proteínas e em cálcio, sendo muito importante para prevenir problemas de osteoporose e para manter uma boa massa muscular. O leite varia conforme sua forma de produção, e, além do leite de vaca, existem também bebidas vegetais que são conhecidas como leites vegetais, que são feitas a partir de grãos, como soja, castanha e amêndoas.”
O leite integral – aquele que é obtido diretamente da vaca – com sua gordura natural – destaca a nutricionista: “contém as vitaminas A, E, K e D”, que são as lipossolúveis, ou seja, as contidas na gordura.
No trabalho “Benefícios do Leite – Revisão Clínica”, a pesquisadora Tatiana Zanin ressalta que “o leite semidesnatado, que é quando parte da gordura foi retirada, ou desnatado, que é quando a indústria retira toda a gordura do leite, deixa apenas a sua porção de carboidratos e proteínas.”
Mas, em que pese o leite ser um alimento importante, os pediatras não aconselham a usá-lo na alimentação de menores de dois anos.
O leite de vaca in natura ou seja, o que é tirado diretamente da vaca, sem nenhum tipo de alteração, precisa ser bebido com cuidado pelas pessoas que não estão acostumadas porque pode provocar incômodos intestinais desagradáveis.
São as seguintes as duas formas de conservação do leite, antes da sua entrega ao varejo: Pasteurização e UHT.
Na pasteurização ele, sai da geladeira, “é aquecido a 65oC, por 30 minutos ou a 75oC durante 15 a 20 segundos, com o objetivo de eliminar as bactérias.” É o leite vendido em sacos plásticos.
No processo UHT – Ultra High Temperature – o leite é vendido em caixas especiais, aquecido a 140oC durante quatro segundos.
Por Luiz Octavio Pires Leal
Editor, titular da Academia Brasileira de Medicina Veterinária.
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- [vc_row][vc_column][vc_column_text]
Além do leite de vaca, existem também bebidas vegetais que são conhecidas como leites vegetais, que são feitas a partir de grãos, como soja, castanha e amêndoas
O leite de vacas sadias, produzido em boas condições de higiene, transporte e de conservação, desde a produção até o momento do consumo é um importante alimento para a promoção da saúde pública. Mas, sendo facilmente perecível, sua conservação exige cuidados especiais.
Segundo nos ensina a nutricionista Tatiana Rodriguez Zanin, licenciada em Ciências da Nutrição (UniSantos) e especializada em Nutrição Clínica pela Universidade do Porto, em Portugal, “O leite é um alimento rico em proteínas e em cálcio, sendo muito importante para prevenir problemas de osteoporose e para manter uma boa massa muscular. O leite varia conforme sua forma de produção, e, além do leite de vaca, existem também bebidas vegetais que são conhecidas como leites vegetais, que são feitas a partir de grãos, como soja, castanha e amêndoas.”
O leite integral – aquele que é obtido diretamente da vaca – com sua gordura natural – destaca a nutricionista: “contém as vitaminas A, E, K e D”, que são as lipossolúveis, ou seja, as contidas na gordura.
No trabalho “Benefícios do Leite – Revisão Clínica”, a pesquisadora Tatiana Zanin ressalta que “o leite semidesnatado, que é quando parte da gordura foi retirada, ou desnatado, que é quando a indústria retira toda a gordura do leite, deixa apenas a sua porção de carboidratos e proteínas.”
Mas, em que pese o leite ser um alimento importante, os pediatras não aconselham a usá-lo na alimentação de menores de dois anos.
O leite de vaca in natura ou seja, o que é tirado diretamente da vaca, sem nenhum tipo de alteração, precisa ser bebido com cuidado pelas pessoas que não estão acostumadas porque pode provocar incômodos intestinais desagradáveis.
São as seguintes as duas formas de conservação do leite, antes da sua entrega ao varejo: Pasteurização e UHT.
Na pasteurização ele, sai da geladeira, “é aquecido a 65oC, por 30 minutos ou a 75oC durante 15 a 20 segundos, com o objetivo de eliminar as bactérias.” É o leite vendido em sacos plásticos.
No processo UHT – Ultra High Temperature – o leite é vendido em caixas especiais, aquecido a 140oC durante quatro segundos.
Por Luiz Octavio Pires Leal
Editor, titular da Academia Brasileira de Medicina Veterinária.
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- [vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]O sistema alimentar global é o maior segmento da economia mundial e pode ser visto como o maior sistema de saúde do planeta. Essas são palavras de Ray Allan Goldberg, criador do termo Agribusiness (Agronegócio), escritas no prefácio de seu livro “Cidadania Alimentar: a defesa do sistema alimentar em uma era de desconfiança”. O reconhecimento da importância do sistema alimentar no agronegócio, evidenciado por Goldberg, nos traz enormes desafios e indica uma revolução mundial que está em curso, comandada por líderes de empresas privadas, governos, acadêmicos, sociedade civil e suas organizações.
No Brasil, essa revolução também está acontecendo. O agronegócio brasileiro, considerando todos os elos de suas cadeias produtivas, do insumo e serviços, passando pela produção agropecuária, agroindústrias e processamento, distribuição e consumo, obteve um faturamento aproximado de 2 trilhões de reais. E o setor agroalimentar foi seu principal motor. O país é o maior produtor mundial de soja e exportador de carne bovina e de frangos.
Segundo dados da CNA, a previsão de valor bruto de produção da agropecuária neste ano, será de R$ 1,38 trilhão, com crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior. Contudo, apesar dos recordes de produção e faturamento, a insegurança alimentar aumentou no país. Recentemente, a rede PENSSAN, divulgou relatório indicando que
milhões de brasileiros vivem em algum grau de insegurança alimentar e 33,1 milhões de brasileiros passam fome. Por outro lado, a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica-ABESO, informou que aproximadamente 96 milhões de brasileiros estão com sobrepeso ou obesidade, doenças crônicas que têm, na alimentação, sua principal origem.
Com a ocorrência da pandemia de SARS-CoV-2, O conceito de saúde única (one health) vem se consolidando. Como nos ensina a FAO e a EMBRAPA, a saúde única trata-se de uma abordagem colaborativa, multissetorial e transdisciplinar ─ nos níveis local, regional, nacional e global ─ com o objetivo de alcançar resultados de saúde ideais, reconhecendo a interconexão entre pessoas, animais, plantas e seu ambiente compartilhado, como formas de garantir a segurança alimentar, a saúde humana, animal e ambiental.
Neste contexto, surge o Alimentarismo, conceito idealizado por este articulista e advindo de um neologismo de um termo italiano, o Alimentarista (L’alimentarista è il soggetto dedito alla produzione, preparazione, somministrazione e alla vendita di prodotti alimentari.), é alguém que envolve múltiplas e transversais competências que podem possuir um médico veterinário, um nutricionista e um advogado alimentarista brasileiro, ou o que se costuma chamar nos EUA de “food lawyer”. Também surge o Agroalimentarismo, englobando a parte de insumos e produção agropecuária da cadeia de alimentos.
O Agroalimentarismo e o Alimentarismo têm como propósitos: afirmar o setor Agroalimentar do novo Agronegócio, reconhecendo a produção e distribuição de alimentos como sua finalidade mais nobre e compatibilizando-o com os sistemas alimentares brasileiros, o cumprimento constitucional do Direito Humano à Alimentação Adequada e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis – ODS, da ONU. Para atingir a esses objetivos, o Alimentarismo está fundado em forte arcabouço legal, que engloba as políticas agrícolas e de saúde, tal como a previsão constitucional do Direito Humano à Alimentação Adequada, inserido pela emenda constitucional nº 64, de 2010, no artigo 6º, da CF/88 e a Lei nº 11.346/2006, que institui o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional brasileiro.
Para implementarmos o Alimentarismo, é fundamental que tenhamos uma visão estruturada dos sistemas alimentares e façamos a distinção finalística que nos propõe a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos – ABIA, concebendo dois grandes sistemas agroindustriais no Agronegócio. O primeiro é o sistema agroalimentar, composto pelo conjunto de atividades que concorrem à formação e à distribuição dos produtos alimentares e, em consequência, o cumprimento da função de alimentação e formação da cidadania alimentar, que nos informa Goldberg. E o segundo, que não é objeto deste artigo, o sistema agroindustrial não alimentar, com finalidades madeireiras, energéticas, têxtil, de couros, calçados, papel e papelão.
Em virtude desta categorização do sistema agroalimentar, temos uma proteção constitucional e legal embasada no Direito Humano à Alimentação Adequada e, portanto, um direito oponível a outros de menor estatura, o que irá distingui-lo e lhe dará força dentro do Agronegócio. Neste sentido, o Alimentarismo avalia o sistema agroalimentar sob a ótica do consumidor de alimentos, que é a finalidade precípua do sistema alimentar. Assim, é dada maior importância nos fluxos de recursos financeiros e de informações, em especial as mercadológicas, que irão definir o arranjo de todos os sistemas alimentares.
Tendo sempre o consumidor como parâmetro primordial, o Alimentarismo deve prezar os princípios de formatação dos sistemas alimentares que abarquem e implementem os conceitos 5S2B, quais sejam, sistemas que promovam a Sustentabilidade, a Saudabilidade, a Segurança alimentar e nutricional, a Soberania alimentar, a Sinergia entre setores, o Bem-estar humano e o Bem-estar animal. A Soberania alimentar é compreendida como a primazia das decisões dos países sobre a produção e consumo de alimentos em seu território, garantindo o abastecimento e fornecimento contínuos de alimentos de qualidade, em quantidades suficientes a toda população. A Segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidades suficientes, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base, práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis.
A Sustentabilidade consiste na capacidade de sustentação dos sistemas agroalimentares ao longo dos anos, permitindo que se supra as necessidades atuais (econômicas, sociais e ambientais), sem comprometer as necessidades das gerações futuras. A Saudabilidade é definida como “qualidade daquilo que é saudável”, e nos sistemas alimentares pode ser compreendida como todo alimento e alimentação que promova bem-estar, qualidade de vida, fortalecimento da saúde e que seja seguro ao consumo. E a Sinergia Alimentar consiste na cooperação entre todos os elos do sistema alimentar para atingimento de sua finalidade, incluindo a produção e circulação de conhecimentos, educação e o acesso à informação.
Concluo dizendo, que dentre todos as nações, o Brasil é o país que possui a maior capacidade para liderar essa revolução nos sistemas alimentares, pois detém recursos de solo, clima, água, técnicas de produção de agropecuária tropical, variedade cultural, de alimentos e capacidade humana ímpares e inigualáveis. Congratulo à Sociedade Nacional de Agricultura-SNA pela iniciativa de promover a cultura alimentar e de saúde e convido todos a contribuir com essa revolução, cada qual com seus saberes e conhecimentos, para que sejamos mais que celeiro do mundo, uma pátria alimentarista, referência mundial na consolidação do Direito Humano à Alimentação Adequada e o maior sistema de saúde do planeta.
Frederico Cunha. Med.Vet. Esp. Dir.Ambiental e Desenv.Sustentável. Advogado Alimentarista.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/3″][dt_blog_posts_small number=”50″ orderby=”title” order=”asc” images_width=”40″ images_height=”40″ round_images=”true” category=”indice”][/vc_column][/vc_row] [vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]O sistema alimentar global é o maior segmento da economia mundial e pode ser visto como o maior sistema de saúde do planeta. Essas são palavras de Ray Allan Goldberg, criador do termo Agribusiness (Agronegócio), escritas no prefácio de seu livro “Cidadania Alimentar: a defesa do sistema alimentar em uma era de desconfiança”. O reconhecimento da importância do sistema alimentar no agronegócio, evidenciado por Goldberg, nos traz enormes desafios e indica uma revolução mundial que está em curso, comandada por líderes de empresas privadas, governos, acadêmicos, sociedade civil e suas organizações.
No Brasil, essa revolução também está acontecendo. O agronegócio brasileiro, considerando todos os elos de suas cadeias produtivas, do insumo e serviços, passando pela produção agropecuária, agroindústrias e processamento, distribuição e consumo, obteve um faturamento aproximado de 2 trilhões de reais. E o setor agroalimentar foi seu principal motor. O país é o maior produtor mundial de soja e exportador de carne bovina e de frangos.
Segundo dados da CNA, a previsão de valor bruto de produção da agropecuária neste ano, será de R$ 1,38 trilhão, com crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior. Contudo, apesar dos recordes de produção e faturamento, a insegurança alimentar aumentou no país. Recentemente, a rede PENSSAN, divulgou relatório indicando que
milhões de brasileiros vivem em algum grau de insegurança alimentar e 33,1 milhões de brasileiros passam fome. Por outro lado, a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica-ABESO, informou que aproximadamente 96 milhões de brasileiros estão com sobrepeso ou obesidade, doenças crônicas que têm, na alimentação, sua principal origem.
Com a ocorrência da pandemia de SARS-CoV-2, O conceito de saúde única (one health) vem se consolidando. Como nos ensina a FAO e a EMBRAPA, a saúde única trata-se de uma abordagem colaborativa, multissetorial e transdisciplinar ─ nos níveis local, regional, nacional e global ─ com o objetivo de alcançar resultados de saúde ideais, reconhecendo a interconexão entre pessoas, animais, plantas e seu ambiente compartilhado, como formas de garantir a segurança alimentar, a saúde humana, animal e ambiental.
Neste contexto, surge o Alimentarismo, conceito idealizado por este articulista e advindo de um neologismo de um termo italiano, o Alimentarista (L’alimentarista è il soggetto dedito alla produzione, preparazione, somministrazione e alla vendita di prodotti alimentari.), é alguém que envolve múltiplas e transversais competências que podem possuir um médico veterinário, um nutricionista e um advogado alimentarista brasileiro, ou o que se costuma chamar nos EUA de “food lawyer”. Também surge o Agroalimentarismo, englobando a parte de insumos e produção agropecuária da cadeia de alimentos.
O Agroalimentarismo e o Alimentarismo têm como propósitos: afirmar o setor Agroalimentar do novo Agronegócio, reconhecendo a produção e distribuição de alimentos como sua finalidade mais nobre e compatibilizando-o com os sistemas alimentares brasileiros, o cumprimento constitucional do Direito Humano à Alimentação Adequada e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis – ODS, da ONU. Para atingir a esses objetivos, o Alimentarismo está fundado em forte arcabouço legal, que engloba as políticas agrícolas e de saúde, tal como a previsão constitucional do Direito Humano à Alimentação Adequada, inserido pela emenda constitucional nº 64, de 2010, no artigo 6º, da CF/88 e a Lei nº 11.346/2006, que institui o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional brasileiro.
Para implementarmos o Alimentarismo, é fundamental que tenhamos uma visão estruturada dos sistemas alimentares e façamos a distinção finalística que nos propõe a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos – ABIA, concebendo dois grandes sistemas agroindustriais no Agronegócio. O primeiro é o sistema agroalimentar, composto pelo conjunto de atividades que concorrem à formação e à distribuição dos produtos alimentares e, em consequência, o cumprimento da função de alimentação e formação da cidadania alimentar, que nos informa Goldberg. E o segundo, que não é objeto deste artigo, o sistema agroindustrial não alimentar, com finalidades madeireiras, energéticas, têxtil, de couros, calçados, papel e papelão.
Em virtude desta categorização do sistema agroalimentar, temos uma proteção constitucional e legal embasada no Direito Humano à Alimentação Adequada e, portanto, um direito oponível a outros de menor estatura, o que irá distingui-lo e lhe dará força dentro do Agronegócio. Neste sentido, o Alimentarismo avalia o sistema agroalimentar sob a ótica do consumidor de alimentos, que é a finalidade precípua do sistema alimentar. Assim, é dada maior importância nos fluxos de recursos financeiros e de informações, em especial as mercadológicas, que irão definir o arranjo de todos os sistemas alimentares.
Tendo sempre o consumidor como parâmetro primordial, o Alimentarismo deve prezar os princípios de formatação dos sistemas alimentares que abarquem e implementem os conceitos 5S2B, quais sejam, sistemas que promovam a Sustentabilidade, a Saudabilidade, a Segurança alimentar e nutricional, a Soberania alimentar, a Sinergia entre setores, o Bem-estar humano e o Bem-estar animal. A Soberania alimentar é compreendida como a primazia das decisões dos países sobre a produção e consumo de alimentos em seu território, garantindo o abastecimento e fornecimento contínuos de alimentos de qualidade, em quantidades suficientes a toda população. A Segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidades suficientes, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base, práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis.
A Sustentabilidade consiste na capacidade de sustentação dos sistemas agroalimentares ao longo dos anos, permitindo que se supra as necessidades atuais (econômicas, sociais e ambientais), sem comprometer as necessidades das gerações futuras. A Saudabilidade é definida como “qualidade daquilo que é saudável”, e nos sistemas alimentares pode ser compreendida como todo alimento e alimentação que promova bem-estar, qualidade de vida, fortalecimento da saúde e que seja seguro ao consumo. E a Sinergia Alimentar consiste na cooperação entre todos os elos do sistema alimentar para atingimento de sua finalidade, incluindo a produção e circulação de conhecimentos, educação e o acesso à informação.
Concluo dizendo, que dentre todos as nações, o Brasil é o país que possui a maior capacidade para liderar essa revolução nos sistemas alimentares, pois detém recursos de solo, clima, água, técnicas de produção de agropecuária tropical, variedade cultural, de alimentos e capacidade humana ímpares e inigualáveis. Congratulo à Sociedade Nacional de Agricultura-SNA pela iniciativa de promover a cultura alimentar e de saúde e convido todos a contribuir com essa revolução, cada qual com seus saberes e conhecimentos, para que sejamos mais que celeiro do mundo, uma pátria alimentarista, referência mundial na consolidação do Direito Humano à Alimentação Adequada e o maior sistema de saúde do planeta.
Frederico Cunha. Med.Vet. Esp. Dir.Ambiental e Desenv.Sustentável. Advogado Alimentarista.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/3″][dt_blog_posts_small number=”50″ orderby=”title” order=”asc” images_width=”40″ images_height=”40″ round_images=”true” category=”indice”][/vc_column][/vc_row] [vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]O sistema alimentar global é o maior segmento da economia mundial e pode ser visto como o maior sistema de saúde do planeta. Essas são palavras de Ray Allan Goldberg, criador do termo Agribusiness (Agronegócio), escritas no prefácio de seu livro “Cidadania Alimentar: a defesa do sistema alimentar em uma era de desconfiança”. O reconhecimento da importância do sistema alimentar no agronegócio, evidenciado por Goldberg, nos traz enormes desafios e indica uma revolução mundial que está em curso, comandada por líderes de empresas privadas, governos, acadêmicos, sociedade civil e suas organizações.
No Brasil, essa revolução também está acontecendo. O agronegócio brasileiro, considerando todos os elos de suas cadeias produtivas, do insumo e serviços, passando pela produção agropecuária, agroindústrias e processamento, distribuição e consumo, obteve um faturamento aproximado de 2 trilhões de reais. E o setor agroalimentar foi seu principal motor. O país é o maior produtor mundial de soja e exportador de carne bovina e de frangos.
Segundo dados da CNA, a previsão de valor bruto de produção da agropecuária neste ano, será de R$ 1,38 trilhão, com crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior. Contudo, apesar dos recordes de produção e faturamento, a insegurança alimentar aumentou no país. Recentemente, a rede PENSSAN, divulgou relatório indicando que
milhões de brasileiros vivem em algum grau de insegurança alimentar e 33,1 milhões de brasileiros passam fome. Por outro lado, a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica-ABESO, informou que aproximadamente 96 milhões de brasileiros estão com sobrepeso ou obesidade, doenças crônicas que têm, na alimentação, sua principal origem.
Com a ocorrência da pandemia de SARS-CoV-2, O conceito de saúde única (one health) vem se consolidando. Como nos ensina a FAO e a EMBRAPA, a saúde única trata-se de uma abordagem colaborativa, multissetorial e transdisciplinar ─ nos níveis local, regional, nacional e global ─ com o objetivo de alcançar resultados de saúde ideais, reconhecendo a interconexão entre pessoas, animais, plantas e seu ambiente compartilhado, como formas de garantir a segurança alimentar, a saúde humana, animal e ambiental.
Neste contexto, surge o Alimentarismo, conceito idealizado por este articulista e advindo de um neologismo de um termo italiano, o Alimentarista (L’alimentarista è il soggetto dedito alla produzione, preparazione, somministrazione e alla vendita di prodotti alimentari.), é alguém que envolve múltiplas e transversais competências que podem possuir um médico veterinário, um nutricionista e um advogado alimentarista brasileiro, ou o que se costuma chamar nos EUA de “food lawyer”. Também surge o Agroalimentarismo, englobando a parte de insumos e produção agropecuária da cadeia de alimentos.
O Agroalimentarismo e o Alimentarismo têm como propósitos: afirmar o setor Agroalimentar do novo Agronegócio, reconhecendo a produção e distribuição de alimentos como sua finalidade mais nobre e compatibilizando-o com os sistemas alimentares brasileiros, o cumprimento constitucional do Direito Humano à Alimentação Adequada e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis – ODS, da ONU. Para atingir a esses objetivos, o Alimentarismo está fundado em forte arcabouço legal, que engloba as políticas agrícolas e de saúde, tal como a previsão constitucional do Direito Humano à Alimentação Adequada, inserido pela emenda constitucional nº 64, de 2010, no artigo 6º, da CF/88 e a Lei nº 11.346/2006, que institui o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional brasileiro.
Para implementarmos o Alimentarismo, é fundamental que tenhamos uma visão estruturada dos sistemas alimentares e façamos a distinção finalística que nos propõe a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos – ABIA, concebendo dois grandes sistemas agroindustriais no Agronegócio. O primeiro é o sistema agroalimentar, composto pelo conjunto de atividades que concorrem à formação e à distribuição dos produtos alimentares e, em consequência, o cumprimento da função de alimentação e formação da cidadania alimentar, que nos informa Goldberg. E o segundo, que não é objeto deste artigo, o sistema agroindustrial não alimentar, com finalidades madeireiras, energéticas, têxtil, de couros, calçados, papel e papelão.
Em virtude desta categorização do sistema agroalimentar, temos uma proteção constitucional e legal embasada no Direito Humano à Alimentação Adequada e, portanto, um direito oponível a outros de menor estatura, o que irá distingui-lo e lhe dará força dentro do Agronegócio. Neste sentido, o Alimentarismo avalia o sistema agroalimentar sob a ótica do consumidor de alimentos, que é a finalidade precípua do sistema alimentar. Assim, é dada maior importância nos fluxos de recursos financeiros e de informações, em especial as mercadológicas, que irão definir o arranjo de todos os sistemas alimentares.
Tendo sempre o consumidor como parâmetro primordial, o Alimentarismo deve prezar os princípios de formatação dos sistemas alimentares que abarquem e implementem os conceitos 5S2B, quais sejam, sistemas que promovam a Sustentabilidade, a Saudabilidade, a Segurança alimentar e nutricional, a Soberania alimentar, a Sinergia entre setores, o Bem-estar humano e o Bem-estar animal. A Soberania alimentar é compreendida como a primazia das decisões dos países sobre a produção e consumo de alimentos em seu território, garantindo o abastecimento e fornecimento contínuos de alimentos de qualidade, em quantidades suficientes a toda população. A Segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidades suficientes, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base, práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis.
A Sustentabilidade consiste na capacidade de sustentação dos sistemas agroalimentares ao longo dos anos, permitindo que se supra as necessidades atuais (econômicas, sociais e ambientais), sem comprometer as necessidades das gerações futuras. A Saudabilidade é definida como “qualidade daquilo que é saudável”, e nos sistemas alimentares pode ser compreendida como todo alimento e alimentação que promova bem-estar, qualidade de vida, fortalecimento da saúde e que seja seguro ao consumo. E a Sinergia Alimentar consiste na cooperação entre todos os elos do sistema alimentar para atingimento de sua finalidade, incluindo a produção e circulação de conhecimentos, educação e o acesso à informação.
Concluo dizendo, que dentre todos as nações, o Brasil é o país que possui a maior capacidade para liderar essa revolução nos sistemas alimentares, pois detém recursos de solo, clima, água, técnicas de produção de agropecuária tropical, variedade cultural, de alimentos e capacidade humana ímpares e inigualáveis. Congratulo à Sociedade Nacional de Agricultura-SNA pela iniciativa de promover a cultura alimentar e de saúde e convido todos a contribuir com essa revolução, cada qual com seus saberes e conhecimentos, para que sejamos mais que celeiro do mundo, uma pátria alimentarista, referência mundial na consolidação do Direito Humano à Alimentação Adequada e o maior sistema de saúde do planeta.
Frederico Cunha. Med.Vet. Esp. Dir.Ambiental e Desenv.Sustentável. Advogado Alimentarista.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/3″][dt_blog_posts_small number=”50″ orderby=”title” order=”asc” images_width=”40″ images_height=”40″ round_images=”true” category=”indice”][/vc_column][/vc_row] [vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]O sistema alimentar global é o maior segmento da economia mundial e pode ser visto como o maior sistema de saúde do planeta. Essas são palavras de Ray Allan Goldberg, criador do termo Agribusiness (Agronegócio), escritas no prefácio de seu livro “Cidadania Alimentar: a defesa do sistema alimentar em uma era de desconfiança”. O reconhecimento da importância do sistema alimentar no agronegócio, evidenciado por Goldberg, nos traz enormes desafios e indica uma revolução mundial que está em curso, comandada por líderes de empresas privadas, governos, acadêmicos, sociedade civil e suas organizações.
No Brasil, essa revolução também está acontecendo. O agronegócio brasileiro, considerando todos os elos de suas cadeias produtivas, do insumo e serviços, passando pela produção agropecuária, agroindústrias e processamento, distribuição e consumo, obteve um faturamento aproximado de 2 trilhões de reais. E o setor agroalimentar foi seu principal motor. O país é o maior produtor mundial de soja e exportador de carne bovina e de frangos.
Segundo dados da CNA, a previsão de valor bruto de produção da agropecuária neste ano, será de R$ 1,38 trilhão, com crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior. Contudo, apesar dos recordes de produção e faturamento, a insegurança alimentar aumentou no país. Recentemente, a rede PENSSAN, divulgou relatório indicando que
milhões de brasileiros vivem em algum grau de insegurança alimentar e 33,1 milhões de brasileiros passam fome. Por outro lado, a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica-ABESO, informou que aproximadamente 96 milhões de brasileiros estão com sobrepeso ou obesidade, doenças crônicas que têm, na alimentação, sua principal origem.
Com a ocorrência da pandemia de SARS-CoV-2, O conceito de saúde única (one health) vem se consolidando. Como nos ensina a FAO e a EMBRAPA, a saúde única trata-se de uma abordagem colaborativa, multissetorial e transdisciplinar ─ nos níveis local, regional, nacional e global ─ com o objetivo de alcançar resultados de saúde ideais, reconhecendo a interconexão entre pessoas, animais, plantas e seu ambiente compartilhado, como formas de garantir a segurança alimentar, a saúde humana, animal e ambiental.
Neste contexto, surge o Alimentarismo, conceito idealizado por este articulista e advindo de um neologismo de um termo italiano, o Alimentarista (L’alimentarista è il soggetto dedito alla produzione, preparazione, somministrazione e alla vendita di prodotti alimentari.), é alguém que envolve múltiplas e transversais competências que podem possuir um médico veterinário, um nutricionista e um advogado alimentarista brasileiro, ou o que se costuma chamar nos EUA de “food lawyer”. Também surge o Agroalimentarismo, englobando a parte de insumos e produção agropecuária da cadeia de alimentos.
O Agroalimentarismo e o Alimentarismo têm como propósitos: afirmar o setor Agroalimentar do novo Agronegócio, reconhecendo a produção e distribuição de alimentos como sua finalidade mais nobre e compatibilizando-o com os sistemas alimentares brasileiros, o cumprimento constitucional do Direito Humano à Alimentação Adequada e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis – ODS, da ONU. Para atingir a esses objetivos, o Alimentarismo está fundado em forte arcabouço legal, que engloba as políticas agrícolas e de saúde, tal como a previsão constitucional do Direito Humano à Alimentação Adequada, inserido pela emenda constitucional nº 64, de 2010, no artigo 6º, da CF/88 e a Lei nº 11.346/2006, que institui o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional brasileiro.
Para implementarmos o Alimentarismo, é fundamental que tenhamos uma visão estruturada dos sistemas alimentares e façamos a distinção finalística que nos propõe a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos – ABIA, concebendo dois grandes sistemas agroindustriais no Agronegócio. O primeiro é o sistema agroalimentar, composto pelo conjunto de atividades que concorrem à formação e à distribuição dos produtos alimentares e, em consequência, o cumprimento da função de alimentação e formação da cidadania alimentar, que nos informa Goldberg. E o segundo, que não é objeto deste artigo, o sistema agroindustrial não alimentar, com finalidades madeireiras, energéticas, têxtil, de couros, calçados, papel e papelão.
Em virtude desta categorização do sistema agroalimentar, temos uma proteção constitucional e legal embasada no Direito Humano à Alimentação Adequada e, portanto, um direito oponível a outros de menor estatura, o que irá distingui-lo e lhe dará força dentro do Agronegócio. Neste sentido, o Alimentarismo avalia o sistema agroalimentar sob a ótica do consumidor de alimentos, que é a finalidade precípua do sistema alimentar. Assim, é dada maior importância nos fluxos de recursos financeiros e de informações, em especial as mercadológicas, que irão definir o arranjo de todos os sistemas alimentares.
Tendo sempre o consumidor como parâmetro primordial, o Alimentarismo deve prezar os princípios de formatação dos sistemas alimentares que abarquem e implementem os conceitos 5S2B, quais sejam, sistemas que promovam a Sustentabilidade, a Saudabilidade, a Segurança alimentar e nutricional, a Soberania alimentar, a Sinergia entre setores, o Bem-estar humano e o Bem-estar animal. A Soberania alimentar é compreendida como a primazia das decisões dos países sobre a produção e consumo de alimentos em seu território, garantindo o abastecimento e fornecimento contínuos de alimentos de qualidade, em quantidades suficientes a toda população. A Segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidades suficientes, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base, práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis.
A Sustentabilidade consiste na capacidade de sustentação dos sistemas agroalimentares ao longo dos anos, permitindo que se supra as necessidades atuais (econômicas, sociais e ambientais), sem comprometer as necessidades das gerações futuras. A Saudabilidade é definida como “qualidade daquilo que é saudável”, e nos sistemas alimentares pode ser compreendida como todo alimento e alimentação que promova bem-estar, qualidade de vida, fortalecimento da saúde e que seja seguro ao consumo. E a Sinergia Alimentar consiste na cooperação entre todos os elos do sistema alimentar para atingimento de sua finalidade, incluindo a produção e circulação de conhecimentos, educação e o acesso à informação.
Concluo dizendo, que dentre todos as nações, o Brasil é o país que possui a maior capacidade para liderar essa revolução nos sistemas alimentares, pois detém recursos de solo, clima, água, técnicas de produção de agropecuária tropical, variedade cultural, de alimentos e capacidade humana ímpares e inigualáveis. Congratulo à Sociedade Nacional de Agricultura-SNA pela iniciativa de promover a cultura alimentar e de saúde e convido todos a contribuir com essa revolução, cada qual com seus saberes e conhecimentos, para que sejamos mais que celeiro do mundo, uma pátria alimentarista, referência mundial na consolidação do Direito Humano à Alimentação Adequada e o maior sistema de saúde do planeta.
Frederico Cunha. Med.Vet. Esp. Dir.Ambiental e Desenv.Sustentável. Advogado Alimentarista.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/3″][dt_blog_posts_small number=”50″ orderby=”title” order=”asc” images_width=”40″ images_height=”40″ round_images=”true” category=”indice”][/vc_column][/vc_row] [vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]O sistema alimentar global é o maior segmento da economia mundial e pode ser visto como o maior sistema de saúde do planeta. Essas são palavras de Ray Allan Goldberg, criador do termo Agribusiness (Agronegócio), escritas no prefácio de seu livro “Cidadania Alimentar: a defesa do sistema alimentar em uma era de desconfiança”. O reconhecimento da importância do sistema alimentar no agronegócio, evidenciado por Goldberg, nos traz enormes desafios e indica uma revolução mundial que está em curso, comandada por líderes de empresas privadas, governos, acadêmicos, sociedade civil e suas organizações.
No Brasil, essa revolução também está acontecendo. O agronegócio brasileiro, considerando todos os elos de suas cadeias produtivas, do insumo e serviços, passando pela produção agropecuária, agroindústrias e processamento, distribuição e consumo, obteve um faturamento aproximado de 2 trilhões de reais. E o setor agroalimentar foi seu principal motor. O país é o maior produtor mundial de soja e exportador de carne bovina e de frangos.
Segundo dados da CNA, a previsão de valor bruto de produção da agropecuária neste ano, será de R$ 1,38 trilhão, com crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior. Contudo, apesar dos recordes de produção e faturamento, a insegurança alimentar aumentou no país. Recentemente, a rede PENSSAN, divulgou relatório indicando que
milhões de brasileiros vivem em algum grau de insegurança alimentar e 33,1 milhões de brasileiros passam fome. Por outro lado, a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica-ABESO, informou que aproximadamente 96 milhões de brasileiros estão com sobrepeso ou obesidade, doenças crônicas que têm, na alimentação, sua principal origem.
Com a ocorrência da pandemia de SARS-CoV-2, O conceito de saúde única (one health) vem se consolidando. Como nos ensina a FAO e a EMBRAPA, a saúde única trata-se de uma abordagem colaborativa, multissetorial e transdisciplinar ─ nos níveis local, regional, nacional e global ─ com o objetivo de alcançar resultados de saúde ideais, reconhecendo a interconexão entre pessoas, animais, plantas e seu ambiente compartilhado, como formas de garantir a segurança alimentar, a saúde humana, animal e ambiental.
Neste contexto, surge o Alimentarismo, conceito idealizado por este articulista e advindo de um neologismo de um termo italiano, o Alimentarista (L’alimentarista è il soggetto dedito alla produzione, preparazione, somministrazione e alla vendita di prodotti alimentari.), é alguém que envolve múltiplas e transversais competências que podem possuir um médico veterinário, um nutricionista e um advogado alimentarista brasileiro, ou o que se costuma chamar nos EUA de “food lawyer”. Também surge o Agroalimentarismo, englobando a parte de insumos e produção agropecuária da cadeia de alimentos.
O Agroalimentarismo e o Alimentarismo têm como propósitos: afirmar o setor Agroalimentar do novo Agronegócio, reconhecendo a produção e distribuição de alimentos como sua finalidade mais nobre e compatibilizando-o com os sistemas alimentares brasileiros, o cumprimento constitucional do Direito Humano à Alimentação Adequada e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis – ODS, da ONU. Para atingir a esses objetivos, o Alimentarismo está fundado em forte arcabouço legal, que engloba as políticas agrícolas e de saúde, tal como a previsão constitucional do Direito Humano à Alimentação Adequada, inserido pela emenda constitucional nº 64, de 2010, no artigo 6º, da CF/88 e a Lei nº 11.346/2006, que institui o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional brasileiro.
Para implementarmos o Alimentarismo, é fundamental que tenhamos uma visão estruturada dos sistemas alimentares e façamos a distinção finalística que nos propõe a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos – ABIA, concebendo dois grandes sistemas agroindustriais no Agronegócio. O primeiro é o sistema agroalimentar, composto pelo conjunto de atividades que concorrem à formação e à distribuição dos produtos alimentares e, em consequência, o cumprimento da função de alimentação e formação da cidadania alimentar, que nos informa Goldberg. E o segundo, que não é objeto deste artigo, o sistema agroindustrial não alimentar, com finalidades madeireiras, energéticas, têxtil, de couros, calçados, papel e papelão.
Em virtude desta categorização do sistema agroalimentar, temos uma proteção constitucional e legal embasada no Direito Humano à Alimentação Adequada e, portanto, um direito oponível a outros de menor estatura, o que irá distingui-lo e lhe dará força dentro do Agronegócio. Neste sentido, o Alimentarismo avalia o sistema agroalimentar sob a ótica do consumidor de alimentos, que é a finalidade precípua do sistema alimentar. Assim, é dada maior importância nos fluxos de recursos financeiros e de informações, em especial as mercadológicas, que irão definir o arranjo de todos os sistemas alimentares.
Tendo sempre o consumidor como parâmetro primordial, o Alimentarismo deve prezar os princípios de formatação dos sistemas alimentares que abarquem e implementem os conceitos 5S2B, quais sejam, sistemas que promovam a Sustentabilidade, a Saudabilidade, a Segurança alimentar e nutricional, a Soberania alimentar, a Sinergia entre setores, o Bem-estar humano e o Bem-estar animal. A Soberania alimentar é compreendida como a primazia das decisões dos países sobre a produção e consumo de alimentos em seu território, garantindo o abastecimento e fornecimento contínuos de alimentos de qualidade, em quantidades suficientes a toda população. A Segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidades suficientes, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base, práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis.
A Sustentabilidade consiste na capacidade de sustentação dos sistemas agroalimentares ao longo dos anos, permitindo que se supra as necessidades atuais (econômicas, sociais e ambientais), sem comprometer as necessidades das gerações futuras. A Saudabilidade é definida como “qualidade daquilo que é saudável”, e nos sistemas alimentares pode ser compreendida como todo alimento e alimentação que promova bem-estar, qualidade de vida, fortalecimento da saúde e que seja seguro ao consumo. E a Sinergia Alimentar consiste na cooperação entre todos os elos do sistema alimentar para atingimento de sua finalidade, incluindo a produção e circulação de conhecimentos, educação e o acesso à informação.
Concluo dizendo, que dentre todos as nações, o Brasil é o país que possui a maior capacidade para liderar essa revolução nos sistemas alimentares, pois detém recursos de solo, clima, água, técnicas de produção de agropecuária tropical, variedade cultural, de alimentos e capacidade humana ímpares e inigualáveis. Congratulo à Sociedade Nacional de Agricultura-SNA pela iniciativa de promover a cultura alimentar e de saúde e convido todos a contribuir com essa revolução, cada qual com seus saberes e conhecimentos, para que sejamos mais que celeiro do mundo, uma pátria alimentarista, referência mundial na consolidação do Direito Humano à Alimentação Adequada e o maior sistema de saúde do planeta.
Frederico Cunha. Med.Vet. Esp. Dir.Ambiental e Desenv.Sustentável. Advogado Alimentarista.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/3″][dt_blog_posts_small number=”50″ orderby=”title” order=”asc” images_width=”40″ images_height=”40″ round_images=”true” category=”indice”][/vc_column][/vc_row] [vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]O sistema alimentar global é o maior segmento da economia mundial e pode ser visto como o maior sistema de saúde do planeta. Essas são palavras de Ray Allan Goldberg, criador do termo Agribusiness (Agronegócio), escritas no prefácio de seu livro “Cidadania Alimentar: a defesa do sistema alimentar em uma era de desconfiança”. O reconhecimento da importância do sistema alimentar no agronegócio, evidenciado por Goldberg, nos traz enormes desafios e indica uma revolução mundial que está em curso, comandada por líderes de empresas privadas, governos, acadêmicos, sociedade civil e suas organizações.
No Brasil, essa revolução também está acontecendo. O agronegócio brasileiro, considerando todos os elos de suas cadeias produtivas, do insumo e serviços, passando pela produção agropecuária, agroindústrias e processamento, distribuição e consumo, obteve um faturamento aproximado de 2 trilhões de reais. E o setor agroalimentar foi seu principal motor. O país é o maior produtor mundial de soja e exportador de carne bovina e de frangos.
Segundo dados da CNA, a previsão de valor bruto de produção da agropecuária neste ano, será de R$ 1,38 trilhão, com crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior. Contudo, apesar dos recordes de produção e faturamento, a insegurança alimentar aumentou no país. Recentemente, a rede PENSSAN, divulgou relatório indicando que
milhões de brasileiros vivem em algum grau de insegurança alimentar e 33,1 milhões de brasileiros passam fome. Por outro lado, a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica-ABESO, informou que aproximadamente 96 milhões de brasileiros estão com sobrepeso ou obesidade, doenças crônicas que têm, na alimentação, sua principal origem.
Com a ocorrência da pandemia de SARS-CoV-2, O conceito de saúde única (one health) vem se consolidando. Como nos ensina a FAO e a EMBRAPA, a saúde única trata-se de uma abordagem colaborativa, multissetorial e transdisciplinar ─ nos níveis local, regional, nacional e global ─ com o objetivo de alcançar resultados de saúde ideais, reconhecendo a interconexão entre pessoas, animais, plantas e seu ambiente compartilhado, como formas de garantir a segurança alimentar, a saúde humana, animal e ambiental.
Neste contexto, surge o Alimentarismo, conceito idealizado por este articulista e advindo de um neologismo de um termo italiano, o Alimentarista (L’alimentarista è il soggetto dedito alla produzione, preparazione, somministrazione e alla vendita di prodotti alimentari.), é alguém que envolve múltiplas e transversais competências que podem possuir um médico veterinário, um nutricionista e um advogado alimentarista brasileiro, ou o que se costuma chamar nos EUA de “food lawyer”. Também surge o Agroalimentarismo, englobando a parte de insumos e produção agropecuária da cadeia de alimentos.
O Agroalimentarismo e o Alimentarismo têm como propósitos: afirmar o setor Agroalimentar do novo Agronegócio, reconhecendo a produção e distribuição de alimentos como sua finalidade mais nobre e compatibilizando-o com os sistemas alimentares brasileiros, o cumprimento constitucional do Direito Humano à Alimentação Adequada e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis – ODS, da ONU. Para atingir a esses objetivos, o Alimentarismo está fundado em forte arcabouço legal, que engloba as políticas agrícolas e de saúde, tal como a previsão constitucional do Direito Humano à Alimentação Adequada, inserido pela emenda constitucional nº 64, de 2010, no artigo 6º, da CF/88 e a Lei nº 11.346/2006, que institui o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional brasileiro.
Para implementarmos o Alimentarismo, é fundamental que tenhamos uma visão estruturada dos sistemas alimentares e façamos a distinção finalística que nos propõe a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos – ABIA, concebendo dois grandes sistemas agroindustriais no Agronegócio. O primeiro é o sistema agroalimentar, composto pelo conjunto de atividades que concorrem à formação e à distribuição dos produtos alimentares e, em consequência, o cumprimento da função de alimentação e formação da cidadania alimentar, que nos informa Goldberg. E o segundo, que não é objeto deste artigo, o sistema agroindustrial não alimentar, com finalidades madeireiras, energéticas, têxtil, de couros, calçados, papel e papelão.
Em virtude desta categorização do sistema agroalimentar, temos uma proteção constitucional e legal embasada no Direito Humano à Alimentação Adequada e, portanto, um direito oponível a outros de menor estatura, o que irá distingui-lo e lhe dará força dentro do Agronegócio. Neste sentido, o Alimentarismo avalia o sistema agroalimentar sob a ótica do consumidor de alimentos, que é a finalidade precípua do sistema alimentar. Assim, é dada maior importância nos fluxos de recursos financeiros e de informações, em especial as mercadológicas, que irão definir o arranjo de todos os sistemas alimentares.
Tendo sempre o consumidor como parâmetro primordial, o Alimentarismo deve prezar os princípios de formatação dos sistemas alimentares que abarquem e implementem os conceitos 5S2B, quais sejam, sistemas que promovam a Sustentabilidade, a Saudabilidade, a Segurança alimentar e nutricional, a Soberania alimentar, a Sinergia entre setores, o Bem-estar humano e o Bem-estar animal. A Soberania alimentar é compreendida como a primazia das decisões dos países sobre a produção e consumo de alimentos em seu território, garantindo o abastecimento e fornecimento contínuos de alimentos de qualidade, em quantidades suficientes a toda população. A Segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidades suficientes, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base, práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis.
A Sustentabilidade consiste na capacidade de sustentação dos sistemas agroalimentares ao longo dos anos, permitindo que se supra as necessidades atuais (econômicas, sociais e ambientais), sem comprometer as necessidades das gerações futuras. A Saudabilidade é definida como “qualidade daquilo que é saudável”, e nos sistemas alimentares pode ser compreendida como todo alimento e alimentação que promova bem-estar, qualidade de vida, fortalecimento da saúde e que seja seguro ao consumo. E a Sinergia Alimentar consiste na cooperação entre todos os elos do sistema alimentar para atingimento de sua finalidade, incluindo a produção e circulação de conhecimentos, educação e o acesso à informação.
Concluo dizendo, que dentre todos as nações, o Brasil é o país que possui a maior capacidade para liderar essa revolução nos sistemas alimentares, pois detém recursos de solo, clima, água, técnicas de produção de agropecuária tropical, variedade cultural, de alimentos e capacidade humana ímpares e inigualáveis. Congratulo à Sociedade Nacional de Agricultura-SNA pela iniciativa de promover a cultura alimentar e de saúde e convido todos a contribuir com essa revolução, cada qual com seus saberes e conhecimentos, para que sejamos mais que celeiro do mundo, uma pátria alimentarista, referência mundial na consolidação do Direito Humano à Alimentação Adequada e o maior sistema de saúde do planeta.
Frederico Cunha. Med.Vet. Esp. Dir.Ambiental e Desenv.Sustentável. Advogado Alimentarista.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/3″][dt_blog_posts_small number=”50″ orderby=”title” order=”asc” images_width=”40″ images_height=”40″ round_images=”true” category=”indice”][/vc_column][/vc_row]