Agricultura familiar

De tempos em tempos vem à baila o assunto “agricultura familiar”, e as mais diferentes definições do que, afinal, ela significa.

Ela é a principal fonte de fornecimento dos alimentos básicos para a população, enquanto cabe à denominada “agricultura empresarial” o papel de desenvolver o agronegócio, as exportações e o PIB brasileiro.

Mas, a realidade como nos mostram Xico Graziano, Décio Luiz Gazzoni e Maria Thereza Pedroso, no seu importante livro “Agricultura – Fatos e Mitos: Fundamentos Para um Debate Racional Sobre o Agro Brasileiro”, publicado em 2020, pela Editora Baraúna SC, não é bem essa. Segundo os autores, é fácil comprovar que milhares de pequenos produtores rurais, enquadrados na categoria de familiares, são agricultores bem tecnificados, inseridos nas cadeias produtivas e com boa lucratividade.

Os autores prosseguem: “Eles se fazem presentes no ramo da soja e milho, no café, nas aves, na floricultura, na fruticultura, nas hortaliças, e em muitos setores do agro.”

Na verdade, os pequenos agricultores familiares, ao menos uma boa parte deles, é capitalizada e forte, notadamente quando se unem em grandes cooperativas ou participando da integração em agroindústrias de porte.

“É o caso dos produtores de suínos, de frangos e de leite, que entregam a sua produção sob contrato, incluindo a reciprocidade da assistência técnica e auxílio em financiamentos. Fazem parte da cadeia de produção, pouco importando o seu tamanho. Não é correto imaginar que os agricultores familiares sejam majoritariamente pobres, ou, pior ainda, tenham pendores anticapitalistas.”

Os agricultores familiares, sejam de que tamanho for, têm papel importante no abastecimento do mercado, com os alimentos indispensáveis à saúde da população.

Agricultura familiar não é um termo vago. Existe uma legislação que trata dessa categoria de produtores.

Por Luiz Octavio Pires Leal
Jornalista, editor

 

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