“Você é o que você come”

“Você é o que você come”, senão é uma verdade absoluta, total, sem dúvida é uma boa parte dela. E as pessoas que não sabem como alimentar-se corretamente representam um universo importante numa população como a do Brasil. A soma do “não saber” com o “não poder” vem resultando numa situação ainda pior.

O resultado é, como exemplos, a verdadeira epidemia de obesidade, inclusive de jovens, as carências de vitaminas e de sais minerais, as anemias, as deficiências de inteligência, as alterações musculares e várias outras.

Essas carências, por falta de uma eficiente Educação Alimentar e Nutricional (EAN), aliadas a outras causas, reduz a capacidade de trabalho físico e mental da população.

E o problema começa na primeira infância, decorrente de uma amamentação com prazo reduzido.

A aquisição do hábito de uma dieta correta não é tarefa fácil, do mesmo modo que a mudança de qualquer hábito componente da cultura de um povo.

Os alimentos eficientes em termos da composição de uma dieta correta, capaz de promover a saúde, geralmente são os mais caros, como as proteínas de origem animal (o ovo, as carnes e o peixe) e muitas frutas e legumes, notadamente os fora de época.

E no extremo oposto da obesidade, há a magreza extrema, proposital, como forma de elegância: uma imposição principalmente às mulheres.

“A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) tem sido considerada uma estratégia fundamental para a prevenção e o controle dos problemas alimentares e nutricionais contemporâneos. Entre seus resultados potenciais identifica-se:

· A contribuição na prevenção e no controle das doenças crônicas não-transmissíveis e deficiências nutricionais.

· A valorização das diferentes expressões da cultura alimentar.

· O fortalecimento de hábitos regionais.

· A redução do desperdício de alimentos.

· A promoção do consumo sustentável e da alimentação saudável.

 

Por Luiz Octavio Pires Leal
Editor, titular da Academia Brasileira de Medicina Veterinária.