O problema da fome no mundo resulta de um fenômeno que poucas vezes é realçado: a explosão populacional

A fome mundial, como previu Malthus, caminha para patamares preocupantes, como a FAO não cansa de repetir. O problema assume dimensões ainda maiores quando se leva em conta que a produção de proteínas de alto valor biológico – assunto do âmbito da veterinária e da zootecnia –  é muito cara.

O problema da fome no mundo resulta de um fenômeno que poucas vezes é realçado: a explosão populacional. Esta se deve ao cumprimento pelos seres humanos do preceito do livro  do Gênesis: “Crescei e multiplicai-vos.”

O mundo alcançará a cifra espantosa de nove bilhões dentro de 40 anos.

Apesar dos avanços da ciência, grandes religiões, como a católica e a islâmica, persistem na recusa a aceitar os modernos métodos anticoncepcionais para o controle da natalidade. Desse modo, a perspectiva é que dos sete bilhões de habitantes atuais, o mundo alcançará a cifra espantosa de nove bilhões dentro de 40 anos, Esses dois bilhões a mais terão que ser alimentados, inclusive com as chamadas proteínas nobres, as de origem animal (carnes, peixes, laticínios e ovos). É ai que entra o veterinário, não só como ator na produção desses alimentos, como na qualidade dos mesmos, até o consumidor final. É a repetida frase: “Do pasto ao prato.”

Esse conteúdo foi extraído do livro “O Veterinário na Segurança Alimentar”, de autoria do Professor Milton Thiago de Mello (107 anos de idade, em cinco de fevereiro de 2023), com prefácio de Antonio Mello Alvarenga (Presidente da SNA-Sociedade Nacional de Agricultura), edição de Luiz Octavio Pires Leal, e publicado em outubro de 2015.

Por Milton Thiago de Mello
Médico veterinário, cientista, pesquisador, consultor internacional, membro titular de diversas academias internacionais e da Academia Brasileira de Medicina Veterinária.